segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

100 ANOS DA MIGRAÇÃO DOS MATOS PARA AS MATAS DO GONGOGI (BA) - 2007 NARRATIVA FEITA POR INOCÊNCIO R. DE MATOS A ELIZEU MAIA MATOS.

PROJETO - HISTÓRIA VIVA DE NOVA CANAÃ - BAHIA
Idealização e Produção - Zilton Rocha e Fernando Matos


100 ANOS DA MIGRAÇÃO DOS MATOS PARA AS MATAS DO GONGOGI (BA) - 2007
NARRATIVA FEITA POR INOCÊNCIO R. DE MATOS A ELIZEU MAIA MATOS.
Série – História

Entrevistas concedidas a Zilton Rocha e Fernando M. V. Matos em Nova Canaã, Bahia, em outubro 2007. Edição em montagem Fernando Matos (Cura Filmes)

Fernando Matos - Zilton Rocha - Elizeu Matos
Inocêncio Rodrigues de Matos
 
Narrativa feita por Inocêncio Rodrigues de Matos a seu filho Elizeu Maia Matos sore a migração da Família Matos para a região das Matas do Gongogi, hoje Cidade de Nova Canaã, Bahia.
Rosalina R de Matos e Joaquim I. Matos Filho
A saga da família inicia-se em 1893 quando Joaquim Ignácio de Matos Filho se separa de Rosalina Rodrigues de Matos e logo após, devido a desentendimentos com Ciganos e a uma penhora da Fazenda Lagoa do Boi, fica perturbado e com problemas mentais. Dona Rosalina e os demais filhos migram para a fazenda de Cassimiro Rodrigues (irmão de Rosalina). Nesse período Inocêncio com 08 anos de idade ficou tomando conta de seu pai na Fazendo Lagoa do Boi em Jenipapo distrito de Ubaíra. O seu pai faz pressão para que Inocêncio busque Rosalina de volta e começa a maltratar Inocêncio ameaçando mata-lo. Em uma noite, escura, Inocêncio junto com Genésio pega o cavalo da moenda e foge em direção a Fazendo de Cassimiro Rodrigues, para se encontrar com a sua mãe. Quando chega à fazenda de Cassimiro as 6 horas da manhã, encontra a sua mãe tirando leite no curral. Ficaram alguns anos na fazendo do tio. Nesse período, sofreram muito devido a tirania de Cassimiro Rodrigues, onde trabalhavam quase como escravos. Devido a esses fatos, migraram para Amargosa onde foram trabalhar na Fazenda de João Feliciano Vieira (Pai de Josué e Samuel Andrade Vieira), nas roças de Café e no Engenho de Cana de Açúcar, onde ganhavam 500 reis por dia de trabalho.
Irmãos Matos
Entre 1905 e 1906, houve um incidente entre Inocêncio e João Feliciano Vieira. Na noite anterior Inocêncio não havia conseguido dormir devido a um mal-estar e chegou atrasado ao trabalho.  João F. Vieira, temperou a garganta e falou; “isso é hora moço de chegar ao serviço? ” Inocêncio explicou o motivo do atraso e João Vieira falou; “vai espalhar as canas no terreio para não dar mau exemplo para os outros trabalhadores”. Inocêncio tirou o fação da bainha e trabalhou feito um doido de 12 até as 15 horas, havia espalhado todas as canas no terreiro. Voltou e perguntou a João o que tenho que fazer agora? Ele falou; você já terminou o trabalho? Não é possível que um homem espalhe todas essas canas em um tempo tão curto. Inocêncio fala para João Vieira verificar com os seus próprios olhos. Voltando João Vieira fala para Inocêncio que o dia já estar pago, mas Inocêncio retruca e fala que o dia só termina as 18 horas, saiu e iniciar os trabalhos de lascar lenha, e ao fim da jornada de sol a sol, já havia lascado aproximadamente 10 cargas de lenha. Deixou o machado e foi para casa descansar.
No dia seguinte chamou Bernardino R de Mattos e falou; de agora em diante não vamos trabalhar a dia para homem nenhum, temos que verificar uma forma. João Vieira montou o engenho e deu de meia para a família trabalhar. Mas o seu espirito de liberdade continuava muito forte. Em outubro de 1907, Inocêncio, resolve visitar a região das Matas do Gongogi, que soube da existência dessa região através dos relatos enviados por José Antonio Vieira, avo de Firmo, que já habitava a Região do Riacho de Zé Antonio, hoje território do Município de Nova Canaã.
Saio a pé de Amargosa em direção as Matas do Gongogi, trazendo no embornal uma Bíblia e uma Pistola. Chegou a Jequié, desceu para Boa Nova, pela margem do Rio Urubá, passando por Valentim até chegar ao rio Gongogi. Subiu o Rio Gongogi até encontrar o Riacho de Zé Antônio. Ante de chegar a casa de José Antônio Vieira pousou na casa de José Emídio seu parente. Ficou descansando 15 dias na casa de José Antônio Vieira. Após esse período segui pelos rios do Vigário e das Pombas onde marcou as poses de Simfrônio, Leovegildo, Bernardino e a sua na Sapucaia. Ficou impressionando com a pujança das matas e a alturas das arvores tendo certeza, que a terra era muito fértil.
Após o retorno para Amargosa, falou com os irmãos e programaram a viagem de toda a família junto com sua mãe Rosalina. Ficou em Amargosa na Fazendo de José Vieira para tomar conta do seu pai que estava doente. Bernardino, junto com o restante da família, seguiu vigem de Amargosa para as Matas do Gongogi em outubro de 1908, em um percurso de mais de 300 km, tendo levado, aproximadamente, 60 dias para chegar na região do Rio do Vigário e do Rio das Pombas, hoje município de Nova Canaã.
Bernardino ficou a margem do Rio do Vigário, Sinfrônio e Leovegildo as margens do Rio das Pombas, todos próximo.  Roberto seguiu em direção a Itajaí ficando na região da Cebola e mais tarde em 1910, Inocêncio marcou sua pose na região da Sapucaia. Roberto após casar com Ana Araujo, e ter vários filhos, migrou para a região de Ibicaraí, ficando assim longe do restante da família.
Inocêncio volta a Amargosa e Tia Sinhá (avô da menina, Francisca Vieira) fala com ele que estava criando uma menina para casar. Filha de um Vieira, irmão de Joaquim e José Vieira, porem de uma linhagem mais pobre. Certo dia o Pai de Francisca Vieira chama Inocêncio para tirar umas embiras na Mata e pergunta a Inocêncio se ele que casar com a sua filha. Inocêncio responde que já está com 18 anos e na idade de casa. O Pai de Francisca, pergunta em quanto tempo ele está preparado para casa. Inocêncio responde que como rico não mim caso nunca, mas com pobre posso casa em 15 dias. Dessa união nasceram 07 filhos, (Estefânia 1909, Julinha, Lídia, Dindinha, Jonas e Nicodemos)
Inocência fica cuidando de seu Pai, e mesmos morando em local distinto, vai sempre visita-lo na Fazenda Lagoa do Boi em Jenipapo. A doença do seu pai se agrava e Inocêncio resolve leva-lo para a Fazenda de José Vieira em Amargosa, em uma cama, aonde veio a falecer em 1910. Após a morte de seu Pai, Inocêncio vem com a família e se instala na região da Sapucaia. Trouce Estefânia nos ombros e Julinha na barriga de Francisca. Seu irmão Sinfrônio sai do Rio das Pombas ao encontro de Inocêncio para ajudar na mudança, chegando ao final de dezembro de 1910 na região da Sapucaia.
Sempre faziam mutirão, entre os irmãos, para derrubar as Matas e fazer roça. Trabalhavam uma semana em cada Fazenda, assim conseguiram formar as suas fazendas.
Inocêncio R. de Matos sua segunda esposa Arlinda Maia Matos e Filhos
A colonização da região avança e outras famílias da região de Ubaíra, Amargosa, Lages e Poções migram para a região e assim é formado o munícipio, passando pela Vila de Água Fria (oficializada com Vila do Município de Poções em 1925) e posteriormente em 1945 a emancipação política com a fundação da Cidade de Nova Canaã. Antes da Vila de Água Fria o pessoal se deslocava para poções, 45 km de distância, para comprar sal e açúcar, o restante dos mantimentos era produzido nas fazendas.

Inocêncio R. Matos e Erice - Terceira Esposa 
Inocêncio chega a abri 1000 há de Mata na região da Sapucaí e com o falecimento da sua primeira mulher Francisca Vieira Matos, divide a suas terras com os filhos e migra para a região do Mandacaru no Acará em 1938.
Na política, os Irmão Matos, se posicionavam em partidos distintos, objetivando contribuir para o desenvolvimento da região em qualquer hipótese. Inocêncio, Sinfrônio e Leovegildo eram do PSD aliados ao Prefeito de Poços Dr. Peixoto ee a Getúlio Vargas e Bernardino da UDN aliado a Juracy Magalhães.  

Inocêncio Rodrigues de Matos, o terceiro filho de Joaquim Ignácio de Matos Filho e Rosalina Rodrigues de Matos, casados em 1982, nascido em 1884-1971 em Três Lagoas, onde morava a Família Mattos, depois vieram para Jenipapo, Município de Areia (Ubaíra). Neto do Alferes Joaquim Ignácio de Matos (Barba de Ouro), Português, de origem Alemã, casado com uma Índia (Tribo Mongóis), Umbelina de Mattos com quem teve os filhos Joaquim Ignácio de Mattos Filho - João Ignácio de Mattos - Carlota Ignácio de Mattos.  Primo do Alferes José Pereira de Matos (1820-1877), tronco dos Matos da Capada Diamantina da Bahia. Um dos 07 irmãos Mattos (Deolinda, 1881, Bernardino 1883-1970, Inocêncio 1984-1971, Eflrosina 1885, Sinfrônio 1890-1964, Roberto 1887 e Leovegildo 1893-1972) que migrarão do Distrito de Jenipapo, Município de Areias (Ubaíra) para desbravar as matas do Rio Gongogi e fundar a Cidade de Nova Canaã - Bahia. Migrou para a região em 2009. Teve uma participação fundamental na colonização dessa região. Casado inicialmente com Francisca Vieira Matos em Amargosa, com quem teve 7 filhos (Estefánia, Julhinha, Lídia, Didinha, Jonas e Nicodemos). Após o falecimento de Francisca casou-se com Arlinda Maia filha de Leovegildio (Sr. Lulu) que foi professor no Mandacaru com quem teve 10 filhos (Daniel, Zeca, Moises, Neireida, Ananias, Zoraide, Arlinda, Inocêncio Filho, Elizeu). Ficou viúvo novamente e 3 de janeiro de 1944. Casou-se pela terceira vez com Erice (natural de Baixa Grande) após 1,8 anos de viuvez em 28 dias após ter conhecido a sua futura esposa.

Rosalina Rodrigues de Mattos – Filha de Manoel Rodrigues do Nascimento, irmã de Cassimiro Rodrigues do Nascimento, João Rodrigues do Nascimento e Antônio Rodrigues do Nascimento (pai de Feliciano Rodrigues do Nascimento que casou com Francisca Vieira, irmã de José Feliciano Vieira ovo dos filhos de Bernardino Rodrigues de Mattos), teve um papel de fundamental importância na criação dos seus filhos e na migração da região de Jenipapo (Ubaíra) para a região do Gongogi em 1909. Mulher forte e de muita fibra, que faleceu velhinha com 96 anos, na Fazenda Boa Vista de Sinfrônio Rodrigues de Mattos, após dois anos doentes em cima de uma cama. Teve 07 filhos com Joaquim Inácio de Matos e um filho com João Rodrigues do Nascimento de nome Fulgêncio Rodrigues de Mattos, que faleceu muito novo aos 40 anos.

EDIÇÃO - Fernando Matos
MONTAGEM - CURA FILMES – 2016


100 ANOS DA MIGRAÇÃO DOS MATOS PARA AS MATAS DO GONGOGI (BA) - 2007
NARRATIVA FEITA POR INOCÊNCIO R. DE MATOS A ELIZEU MAIA MATOS

HISTÓRIAS DE INOCÊNCIO R. DE MATOS - ASSALTO A ANTÔNIO FERREIRA - ELIZEU MAIA MATOS (2007)


HISTÓRIAS DE INOCÊNCIO RODRIGUES DE MATOS - ELIZEU MAIA MATOS (2007)

10 comentários:

  1. Dilma Gláucia da Silva 19/11/2015

    Inocêncio Rodrigues de Matos.

    Em 19 de novembro de 1971, há 44 anos atrás, perdemos um grande homem, o vovô Inocêncio. Foi o primeiro familiar que perdi, e que me fez uma falta tremenda.... Eu amava o meu avô! Viajava com ele para as férias e feriados na fazenda Mandacaru... viagem à cavalo! Ele é inesquecível, era gentil e protetor, nos momentos de abrir a cancela para eu passar com o cavalo...

    Todos os dias acordava com o barulho da desnatadeira.... e, logo mais, o cheiro do requeijão quente... e o convite para trazer a farinha e açúcar para nos deliciarmos...
    E a Igreja da fazenda; com mobiliário de madeira de lei, tudo muito chique, onde ele levava a família e os agregados para ouvir a Palavra de Deus e a Ele louvar?
    E o Culto Doméstico? Toda noite vovó Erice lia um capítulo da Bíblia, e ele fazia o "sermão"; comentava o texto e fazia a aplicação para a vida prática, as advertências necessárias...

    E as histórias das suas caçadas, das viagens a Poções, das vezes em que precisava acudir os vizinhos e amigos em situações de ataque... das vezes que precisou proteger sua família e seus pertences dos ataques de salteadores? Essa parte era assustadora!!!
    E os sequilhos de vovó Erice, os lombos e fritadas deliciosos... Eu a admirava muito pq ela dava aula de boas maneiras, ensinava a sentar e andar com elegância... emprestava os sapatos de camurça, de salto "Anabela" alto para andar, inclusive pelo quintal!?
    Sempre ficava triste quando as férias terminavam e era preciso voltar....

    Saudades de um tempo muito feliz, mas que já vai longe!!!
    Obrigada, Deus por minha família!

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    2. Por favor,há muitos anos procuro informações sobre "meus antepassados" da família Matos que até onde eu sei,foram os fundadores de Nova Canaã,no sul da bahia,fiquei muito feliz em ler esta narrativa e queria saber mais sobre estes,pois identifiquei a minha bisavó "Eufrosina Matos"(a Vó Fulô do meu pai já falecido), também ouvi falar da religiosidade Luterana da família,onde eu posso encontrar mais informações?Também gostaria de saber alguma informação sobre o meu avô Alípio ignácio de Matos,lembro que quando criança ouvia o meu pai falar também em Leovigildo e Sinfrônio,nomes que marcaram na minha memória por serem diferentes mas não tenho nenhuma outra informação,o meu pai faleceu em 2006, na cidade de Itabuna,interior da Bahia.Sabe me informar se o nome do esposo de Euflosina era francisco?E os nomes dos filhos dela?

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  2. Adoniran Judson Malta - Homem de Deus um líder. História de vovô Inocêncio Matos. Houve uma festa na Fazenda Mandacaru e todos os filhos iam com suas esposas e filhos. Neste dia um dos filhos não levou à esposa chegando na Fazenda Vovô Inocêncio perguntou cadê sua esposa filho. Ele respondeu comprei 10 metros de chita para ela fazer um vestido pra festa. Ela colocou no quarador não prestou atenção e o pano se rasgou. Por isto deixei a lá. O Velho vovô falou volta em sua casa e vai buscar sua esposa pior que isto fez sua mãe. Eu comprei 100 metros de chita para fazer roupa para todos da família. Ela colocou no quarador esqueceu de pegar e a chita apodreceu se rasgou. Por isto vai buscar sua esposa. Ele obedeceu e foi buscar.
    Adoniran Judson Malta - Outra História de vovô Inocêncio. Sr. Ferreira, vizinho de fazenda, amigo compadre de vovô Inocêncio. Certa feita 2 ladrões chegaram na Fazenda do Senhor Ferreira. Às filhas dele estavam tirando leite no curral. Eles perguntaram cadê seu pai. Elas pai tá em casa vai pela porta da frente e bate quê pai atende. Eles foram para porta da frente. Daí elas correram pela porta da cozinha e acordaram ao pai tem 2 homens mau encarados nós não conhecemos não gostamos da cara deles e disse quê quer falar com o Senhor. O Sr. Ferreira guardava todo o seu dinheiro dentro de um coxão. Todos da região sabiá. Os Ladrões bateram na porta muitas vezes. O Sr. Ferreira perguntava qual a sua graça seu nome. Não respondiam. Os Ladrões começaram a atirar na porta que era de madeira de Lei e Grossa foram muitos e muitos tiros. Vovô Inocêncio ouvindo foi com 10 cavaleiros foi vê e socorrer o compadre. O Sr. Ferreira guardava em casa muitas armas repetição de papo amarelo e tirando do baú às entregou às filhas. Quando o primeiro ladrão passou pela porta recebeu um tiro no peito caindo longe morto. Era galego Alto usava uma capa colonial Preto. O outro montou no cavalo e saiu em disparada. Vovô Inocêncio era o delegado da região chegando na casa do compadre fez o levantamento cadavérica. Pegou o ladrão morto colocou tocos de Brauna e atacou fogo. O segundo ladrão o cavalo dele cansou e os cavaleiros o acharam e disseram que Ele virou primeiro um cachorro e depois capim.

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  3. Walter Figueiredo - Judison eu conheço este acontecimento do Sr. Ferreira vi a foto do morto caído e Sr. Ferreira de pé, mas na verdade Sr. Ferreira não tive nada com aquela morte foi pegar papagaios comeu o milho e periquito levo a fama está estória e verdade amigo nós temos uma memória de elefante kkkkk.

    Walter Figueiredo - A Judison claro que o ladrão era cheio de mandiga e que o cravinote falho ele coloco a aliança na baça da arma quando aperto foi caixão e vela preta kkkkkk

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  4. Lindas histórias, belas lembranças, Fernando!

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  8. Queria também saber alguma informação sobre o meu avô paterno Alipio Ignácio de Matos,filho de Francisco Ignácio de Matos.

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