quarta-feira, 6 de julho de 2016

O SEGREDO DOS EVANGÉLICOS – Crônica de Marcos Lira

MATÉRIA PUBLICA NO BLOGER CacaMedeirosFilho: http://cacamedeirosfilho.blogspot.com.br/2016/07/o-segredo-dosevangelicos-cronica-de.html

Um bom resumo da evolução das crenças do mundo Ocidental

O SEGREDO DOS EVANGÉLICOS – Crônica de Marcos Lira
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
João 8:32

Antes de Cristo o Império Romano perseguia os Essênios, e Jesus passou a ser um deles, como nos contam os Pergaminhos do Mar Morto; depois passou a perseguir os Cristãos e mais tarde, no século IV, abraçou o Cristianismo como sua posse e assim mantém até os nossos dias através do Vaticano. Aquilo que na visão dos romanos era um erro passou a ser a única verdade.
Os Essênios formavam uma comunidade gnóstica de judeus piedosos e pregavam a vinda de Jesus. Eram chamados também de Terapeutas porque curavam os doentes.
Os Cátaros eram uma seita medieval que herdaram os costumes dos Essênios e passaram a ser perseguidos pela Igreja romana durante a inquisição.
Em 1095 os turcos Otomanos dominavam todo o território de Jerusalém e o papa Urbano II querendo tomar para si esse lugar sagrado organizou um poderoso exército que ficou conhecido como os Cavaleiros Templários, que lutaram em nome do cristianismo e tomaram Jerusalém.
Esses Cavaleiros tornaram-se tão poderosos e independentes que mais tarde outro o papa Clemente V, no século XIV, através da inquisição, passou a perseguir e matar os Templários. Os que sobreviveram migraram para Inglaterra, Escócia e Portugal e a partir daí se uniram aos Cátaros e criaram uma sociedade secreta para fugirem da perseguição. Os Templários passaram a seguir, então, os mesmos princípios religiosos dos Essênios influenciados pelos Cátaros franceses.
Em 1517 um monge alemão chamado Matinho Lutero sugeriu mudanças radicais na Igreja Católica Romana. Como suas ideias não foram aceitas ele rompeu com a igreja e foi perseguido pela inquisição. Para que ele e seus seguidores não fossem para a fogueira pediram proteção e se aliaram aos Cavaleiros Templários. Nascia ali o movimento Protestante de braços dados com uma sociedade secreta.
Na última reunião dos chefes templários em 1534, quando Burlamacchi e Beaumanoir deliberaram abrir a ordem militar para cidadãos comuns sugeriram também mudar o nome para Ordem dos Pedreiros Livres. O príncipe francês de Condé gritou “Viva a Maçonaria”, saudando a nova ordem com a tradução em francês da denominação proposta por Burlamacchi. Estava a Ordem dos Templários transformada em Ordem Maçônica.




A partir do século XVIII a maçonaria passou a defender, divulgar e fundar igrejas protestantes em todo o mundo, passando a ser uma espécie de Opus Dei dos evangélicos.
Em 1823, em Londres, o pastor da Igreja Presbiterana, Rev. James Anderson, reescreveu, atualizou a história e redigiu o primeiro estatuto da Maçonaria.
Em 1862 o maçon Ashbel Green Simonton fundou no Rio de Janeiro a primeira Igreja Presbiteriana do Brasil e as primeiras reuniões eram realizadas dentro de um Templo Maçônico.
Em 1871 os maçons americanos Richard Ratcliff e Robert Porter Thomas criaram em Santa Bárbara, interior de São Paulo, a primeira Igreja Batista estabelecida em solo brasileiro.
Em 1881 o maçom Charles Taze Russell fundou a Sociedade Torre de Vigia, agora conhecida por Testemunhas de Jeová.
Em 2003, alegando que o Deus dos maçons era vindo de um sincretismo religioso, os evangélicos romperam oficialmente com a maçonaria, em um decreto duvidoso que instituía que quem já fosse maçom poderia permanecer, mas para aqueles que não fossem seria proibida a entrada. De forma velada os líderes evangélicos permaneceram como maçons. Há uma estimativa de que 37% dos maçons sejam evangélicos, a maioria pastores e lideres das igrejas, incluindo muitos nomes bastante conhecidos.
Resumindo:
Os Essênios viraram Cristãos, que viraram Cátaros, que viraram Templários, que viraram Maçons, que criaram os Evangélicos, que renegaram os Maçons, assim como a Igreja Católica um dia criou os Templários e depois os excomungou.
Marcos Lira


Carajás, 01 de julho de 2016

sábado, 2 de julho de 2016

PASTOR JACINTO DA SILVA, NOVA CANAÃ (BA) - JOSUÉ ANDRADE VIEIRA

PROJETO - HISTÓRIA VIVA DE N. CANAÃ - BA
Idealização e Produção - Zilton Rocha e Fernando Matos

PASTOR JACINTO DA SILVA, NOVA CANAÃ (BA) - JOSUÉ ANDRADE VIEIRA
SERIE PERSONALIDADES

Entrevista concedida a Fernando Martins Vieira Matos, e Noeme Martins Matos na Sapucaia em 15 de fevereiro de 2001.

Josué Andrade Vieira
Josué Andrade Vieira – Filho de João Feliciano Vieira e Dunina Andrade Vieira, nascido na Faz Palmeiras no município de Jiquiriçá. Veio para a Região da Sapucaia, município de Poções em 1936, com o seu pai. Fez o curso primário na Escola da Fazenda Floresta, de Bernardino Rodrigues de Matos quando o Pastor Abílio foi o diretor dessa instituição. Relembra que a região da Sapucaia erra toda coberta por mata fechada, com uma grande quantidade de Sapucaias que lhe teu o nome. Casado como Loita Rodrigues Vieira com quem teve os seguintes filhos: Margarida Vieira Rodrigues, Esdras Rodrigues Vieira, Suzy Rodrigues Vieira, Ruither Andrade Vieira, Zuzu e João Carlos Andrade Vieira.





Pastor José Jacinto Da Silva
Pastor José Jacinto da Silva - Nasceu em Ilhéus, Bahia e veio para Pernambuco a fim de estudar no Seminário Teológico. Era músico, evangelista e missionário. Trabalhou como missionário da Convenção Batista de Pernambuco durante vários anos. Ingressou no Colégio Americano Batista em 1929 e concluiu o curso de Bacharel em Ciências e Letras, no mesmo ano em que recebeu formação teológica pelo STBNB, como Mestre em Teologia, em 1932. Sua turma era composta por Helcias Raposo Câmara, João Norberto da Silva, Davi Bueno Teixeirense, entre outros. Pastoreou a 2ª IB de Rio Branco, de 1933 a 1937, quando motivado pelo Senhor, desbravou o Sertão, pregando o Evangelho do Reino. Esse bravo “homem de Deus” partia pelas estradas sertanejas a cavalo e por muitas vezes a pé, em companhia dos tropeiros da região. Em 1938, chamado pelo Senhor para outra seara, a Bahia, obedeceu-lhe e trabalhou incessantemente pregando Jesus.

Pastor José Jacinto fundou 28 igrejas e congregações nos Estados de Pernambuco e Bahia, incluindo a construção do templo da Ig. Batista de Nova Canaã em 1945 e O Instituto Batista Florestal. O Pastor Jacinto escolhia os melhores locais da cidade para edificar os templos das igrejas e escolas que ele organizava.

Ele dizia: “quando chego numa cidade eu quero dominar pelo evangelho, pela educação e pela política”.

Até depois de longas datas, ainda teve forças para organizar mais 04 igrejas em Salvador (BA) e 01 em Camaçari (BA). Foi um grande professor, fundou vária escola e ensinou musica, formando várias bandas, nas igrejas que pastoreou – Foi o primeiro professor de musica no Distrito de Nova Canaã. Após conviver com muitos e viver por 87 anos a serviço do Rei, volto para casa do Pai (março de 1979).
Instituto Batista Florestal
Igreja Batista de Nova Canaã - 1945




























PASTOR JACINTO DA SILVA, NOVA CANAÃ (BA) - JOSUÉ ANDRADE VIEIRA
SERIE PERSONALIDADES

Fontes:
Gomes, Aparecida Maria Alvino Cavalcanti. Tempo de Celebrar. Serra Talhada: Gráfica Ponto Final, 2007, p. 4951.
Cavalcanti, Misael Freire. Relato histórico sobre o Pastor José Jacinto, 2003.

EDIÇÃO - Fernando Matos
MONTAGEM - CURA FILMES – 2016

CAUSOS DA SAPUCAIA, NOVA CANAÃ, BAHIA - JOSUÉ ANDRADE VIEIRA

PROJETO - HISTÓRIA VIVA DE N. CANAÃ - BA
Idealização e Produção - Zilton Rocha e Fernando Matos

CAUSOS DA SAPUCAIA, NOVA CANAÃ, BAHIA - JOSUÉ ANDRADE VIEIRA
SERIE CAUSO

Entrevista concedida a Fernando Martins Vieira Matos, e Noeme Martins Matos na Sapucaia em 15 de fevereiro de 2001.

Josué Andrade Vieira – Filho de João Feliciano Vieira e Dunina Andrade Vieira, nascido na Faz Palmeiras no município de Jiquiriçá. Veio para a Região da Sapucaia, município de Poções em 1936, com o seu pai. Fez o curso primário na Escola da Fazenda Floresta, de Bernardino Rodrigues de Matos quando o Pastor Abílio foi o diretor dessa instituição. Relembra que a região da Sapucaia erra toda coberta por mata fechada, com uma grande quantidade de Sapucaias que lhe teu o nome. Casado como Loita Rodrigues Vieira com quem teve os seguintes filhos: Margarida Vieira Rodrigues, Esdras Rodrigues Vieira, Suzy Rodrigues Vieira, Ruither Andrade Vieira, Zuzu e João Carlos Andrade Vieira.

Segue trechos da saga, narrado por Josué Vieira:

A região já estava habitada por alguns posseiros, quando eles vieram para ca?  É, já haviam alguns posseiros. Ficavam só caçando e comendo. Teve uns que fizeram umas caçadas lá pelas bandas do Gongugi, os cachorros acuaram um bicho, lá na baixada do Gongugi, chegando no pé de uma Gameleira os cachorros ficaram latindo e os caçadores não viram nada. Um falou assim pega cholinha e o cachorro latiu. O bicho deu um pisiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiooooooooooooooo no pé da Gameleira, que os homens recuaram de costa e, morrendo de medo, correram para o mato. Provavelmente algum espirito mau. Fizeram até alguns versos para esse caso. Eu só sei de um verso: Ela foi em uma casada no Gongugi e quase morri de medo de uma coisa que nuca vi.

E os causos da região? Devem ter tido muitos causos? Tem muitos causos. Teve dois cabras que vieram para essas matas, eram dois bandidos, moraram nessa cabeceira de ponte (ponte da Sapucaia). Mandaram avisar em Salvador e foram enviados dois policiais para matar esses bandidos. Esses caras mataram muitos índios na região, matavam de fação; índios, índias etc.  Foi uma carnificina danada. Foi antes de vinte.  O governo mandou dois soldados. Os soldados se arrancharam por aqui. E mataram um só, desses cabras o outro fugiu. Enterraram na cabeceira dessa ponte. O povo dizia que via livuzia e diziam que era esses bandidos.

Um dia andando nessas bandas, viram uma bola alva desse tamanho aqui (abre os braços para mostrar o tamanho).  Essa bola alva, era medo do povo, mas os cachorros ficavam latindo. Quando foi um dia, Samuel Andrade Vieira, quando passou a ser noivo de Olga, Samuel tinha uma espingarda muito boa, e a gente sempre andava com um fação e uma espingarda para os trabalhos da roça. Ele ia lar para casa de Cassimiro Mattos, namorar com Olga. Quando ele veio, para casa, chegou na curva do caminho e olha o que ele viu?  A bola alva no meio da estrada. Ele parou e ficou em pé espiando, o pior e que com a superstição o medo aumenta e a pessoa começa e ver coisa. Mas como Samuel não era supersticioso, quando ele viu a coisa, ele queria descobrir o que era. Ficou em pé olhando, ele atirava muito bem e era muito ligeiro com o fação, Samuel permaneceu em pé olhando e a bola diminuía e aumentava e Samuel ficou pensando não é possível, não é bola não. Tirou o fação da bainha e bateu em cima da bola e viu que era um vaga-lume, muito grande. A bunda do vaga-lume era oca, igual a uma lanterna, fazendo um foco no chão. Quando o vaga-lume levantava a bola aumentava e quando ele abaixava a bola diminuía.

E as histórias de Água Fria quando o comércio mudou para Canãa. Teve muita confusão? O povo foi saindo de Água Fria devagarinho e se instalando em Canaã. Legalizou tudo, balizou tudo.  O primeiro morador foi Jovem Maia. Morador de Canaã. Começou a fazer uma casinha, botando um negocinho.  Foi atraindo gente e desenvolvendo. Aquilo ali era mata pura. Agente roçou, tinha um matão esquisito, matamos muitas cobras. Mataram uma surucucu esquisito ali em Canaã.

Noeme – A gente passava por uma fazenda, onde é a rua do Pombal, era a fazenda de quem?  De João Cancio (primo de Laudelino Rocha), fazenda Caldeirão.

Noeme – Josué. Quando o pastor Jacinto organizou aquela banda de música da Igreja o Sr. Tocava o que?  Eu tocava trombone. Eu toquei bombardito primeiro. Esse trombone era do velho Love. Ele deixou de tocar e me deu. Esta lá em Rondônia.

Quem mais tocava nessa banda? Era eu, Edmir, Lourival, Jesiel, Jadiel e Josafa. A musicazinha que eu aprendi foi com o Pastor Jacinto. Ele era medonho, gostava muito de música. Foi maestro em Itambé. Ensinou música e formou banda em Itambé.

Josué. E aquelas histórias de uma noite que apareceu uma visagem dentro do galpão?  Eu fiquei sozinho, quando Lolita me largou e foi embora, fique sozinho, lutando com gado, entre outras coisas, mas eu tinha um negócio de compra de gado com o banco. E precisei ir no banco acertar esse negócio. Quando vinha para casa o pai de Terênçio (Marcos Feliciano Vieira) me perguntou se poderia levar uma melancia para ele.  Posso, respondi, vir aquelas melancias, muito bonitas, e acabei comprando uma. Não gosto muito de melancia, mas como estavam muito bonitas, resolvi comprar uma. Cheguei na Sapucaia e entreguei as melancias a Mizael e a Nahum, como ele havia me pedido. Ai eu pegue a melancia e falei com Mizael. Fica com essa melancia estou sozinho e não vou dar conta. Ai ele falou: já que você esta sozinho fique aqui para almoça! Aceitei o convite e almocei. Prosei um pouco com ele e vim embora. Quando chegou de tardinha ele apareceu. Nunca deixei de criar galinha, eu tinha tudo banana, abóbora etc. Aí ele disse: eu vim te buscar para você jantar e tomar café lá em casa. Aí falei já é abuso, ele respondeu, não é abuso, venha com migo. Pegue uma caçarola de leite, e falei com ele: você leva na frente e eu levo uma penca grande de banana par tomarmos café. Passou um tempo arrumei tudo; galinha, pinto etc.. E em seguida foi lá para a casa de Mizael. Na casa de Mizael, tomei café e prosei até tarde da noite e depois vim para casa. Eu tinha um cachorro muito grande, eu entrei dentro de casa devagarinho, como na dispensa tinha muito rato, entrei para mata-los. Chegando na despensa, a lanterna que carregava não estava muito boa toda hora apagava e ascendia, mas mesmo assim conseguir matar dois ratos. Em um canto da dispensa tinha uma lata e uma mão de pilão bem grande, tinha um velho alto que gostava de fazer mão de pilão, também, bem alta, que ele usava para pilar café. Encostei na parede, próximo onde estava a mão de pilão, para ver se conseguia matar mais alguns ratos. Eu na dispensa sozinho já alto da noite naquele silencio, mas do que de repente, ouvir um gemido, daqueles, dentro da dispensa. Vou te dizer? Tomei o maior susto. Fique porque só eu. O chapéu quase saiu da cabeça. E o fação quase me caio da mão. Eu imediatamente afastei e dei um psiu dudo o que foi achando que era o meu cachorro. Um psiu assim sem querer ne. Aí para completar a cena, a lanterna se apagou, e fique sem enxergar direito as coisas ao meu lado. Eu quis sai da dispensa, mas se saísse não saberia o que aconteceu. Será que foi o cachorro dento da cozinha? Abrir um pouco a porta para ver se não tinha sido o cachorro na cozinha. Não vi nada e imediatamente fechei a porta da cozinha. Fiquei com medo, mas falei com migo mesmo: eu tenho que ficar aqui para ver o que está acontecendo. Estava com medo porque? Deve ser um espirito maligno que veio aqui para meter medo. A gente é crente e essas coisas podem acontecer.  Ai fique ali; vem lá vem cá, com um pouco de medo e encostei no canto da parede outra vez. Foi cutucando, mas percebi que a mão de pilão que estava encostada na parede, tinha arriado para o lado de uma prateleira, que tem na dispensa. Aí peguei a mão de pilão com uma mão, para recoloca-la na sua posição. Mas no puxar que puxei a mão de pilão não se aprumou direito e escorregar de novo pela parede e fez um barulho, trorrrrrrrrrrrrrroonnnrrrrrrrrrrrnorrrrrrrrrrr, e com a ressonância dentro da lata, fez o mesmo som que tinha me assustado a pouco. No silêncio da noite esse barulho ficou um pouco tenebroso.

Cidão - Aí foi que ele falou para a mão de pilão: Pisiuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuoooooooooo, alto lá e me respeite.

Fernando – aí ficou o caso de que o Sr. deu um pisiuuuuuuuuu !!!!!!!!!!! em uma mão de pilão. Tinha um local aqui assombrado. Eu não sem onde era não. O velho Inocêncio mesmo fez caso de um cara que ficou com medo de uma assombração.  O velho Inocêncio era muito corajoso, mas mesmo assim não se deve fazer caso do medo dos outros, ele fez do cara que tinha medo. Um certo dia quando retornava de Poços, quando foi pagar impostos, quando passava pelo Rego Viçoso, um bicho montou na garupa de seu cavalo, montou, montou na garupa do cavalo e o cavalo não quis andar. O cavalo era bom e o velho Inocêncio acunhou as esporas para o cavalo andasse e foi assim até a cancela de sua fazenda. Quando ele chegou na cancela e abriu, para o cavalo passar, o bicho cai da garupa do cavalo e o cavalo sentindo-se aliviado andor mais depressa. Chegando em casa, apanhou a repetição, esse povo Mattos sempre teve repetição em casa, falou para sua mulher: Francisca pega a minha repetição que eu vou ver um bicho que montou na garupa do meu cavalo. Ai a sua mulher lhe falou: você esta doido Inocêncio deixe isso para lar, esse bicho já não saiu do cavalo. Só assim ele desistiu de perseguir esse bicho que até hoje neguem sabe o que foi. Quando o dia amanheceu o cavalo ficou na mesma posição no terreiro, onde ele havia deixado. Provavelmente o cavalo ficou com medo de sair para o pasto.

Teve outra história do velho Inocêncio que mesmo já estando velho ele pegou um touro de mão?  Teve, no meio do pasto um vaca brava correu na direção dele e de sua mulher, ele segurou pelo chifre e mandou que sua mulher corresse para se proteger.  O velho Inocêncio tinha uma coragem doida.

Tinha um lugar aqui que aparecia uma assombração, isso assustou muita gente. Era uma sobra que se projetava na estrada. Em noite de lua cheia é que aparecia. Quando foi um dia chegou um velho e disse: isso não é nada eu vou ver essa assombração. Seus companheiros disseram velho você não vai lá, hoje é dia de lua cheia. Não tenho medo eu vou ver essa assombração. Pegou uma espingarda boa e foi ao encontro da assombração, os outros companheiros, ficaram todos com medo. De repente ouviram o estrondo do tiro da espingarda. Quando o velho chegou lar viu a sombra na estrada com os braços abertos se balançando de um lado para o outro. E o velho foi encostando para ver mais de perto, as pernas estavam um pouco bambas, devido ao medo, mas continuou chegando mais de perto para se certificar do fato. Ele ficou no meio da sobra é não achava uma explicação. O negócio é o sujeito deduzir o que esta acontecendo, se voltar é que piora porque baixa a superstição e a pessoa pensa que é uma verdade. Na procura de uma explicação o velho viu uma cancela e sobre a cancela tinha uma grande casa de cupim e encima da casa de cupi estava um grande tamanduá fazendo a sua refeição noturna, com os braços abertos. Devido a luz da lua fazia uma grande sobra na estrada. O velho apontou a espingarda para o tamanduá, como era muito bom de tiro, puxou o gatilho e o tamanduá tombou aos seus pés, acabando por definitivo mais essa casa de assombração.

Tinha muita caça na região, e toda a semana nos matávamos dois a três tatus, geralmente no sábado iniciava a caçada para o almoço do domingo. Um dia o velho Love disse: vocês têm cuidado nessas Matas do Morcego, que era muito fechada, aí tem uma visagem que já fez muita gente correr, o velho Love (Leovegildo R. de Mattos) tinha um medo danado dessas coisas. Mas estava eu e Samuel, cada um com uma espingarda muito boa, e um fação de 18 polegadas da marca corneta, bem afiado, não tínhamos medo de encontra nada pela frente. Aí saímos eu e Samuel entramos para a Mata do Morcego e os cachorros acuaram uma cutia, que matamos e a colocamos no embornal. La vamos mata adentro, quando chegamos no meio da mata, ouvimos um barulho de um bicho: Tetetetetetetetetetet, tetetetetetetet, tetetetetetetetet,.....  Samuel disse: olhe tem um bicho lá. E nós fomos encostando para mais perto e o bicho continuava tetetetetet, tetetetete, tetetetete......, continuamos encostando, encostando, encostando…, quando cegamos bem perto tinha um riacho correndo próximo a um pau d`alho da grossura dessa sala, oco e cheio de morcego, voando dentro e fazendo um barulho que estremecia o chão. Dentro do oco do pau cabia uma pessoa em pé. Esses morcegos fizeram o maior pavor na mata do morcego, tendo pouca gente coragem de entrar nessa área. Aí fizemos um facho de palha de indaiá e botamos fogo e enfiando, acesso dentro do oco do pau, saio tanto morcego que apagou o fogo das palhas bem umas três vezes. Botamos folgo outra vez até incendiar tudo. Passamos mais de um mês sem poder pisar os pés nessa área devido ao mal cheiro de morcegos mortos.

Outro dia apareceu sabe o que? Uma raposa. O velho Cassimiro Mattos disse: Tem uma onça aqui, morando aí e essa onça faz nego sai correndo. Você não acredita que uma rapozinha faz a gente correr com medo, pesando que é uma onça. Osório Vieira Andrade quando era novo, pergunta a Osório que ele lhe conta. Cheguei na casa dele e ele estava tremendo, tinha cortado o pé, de medo e falava: meu tio tem um bicho urrando ali e eu fiquei com medo e voltei para casa e não sei o que é. Então eu disse, Osório vamos ver esse bicho meu filho. Eu tinha dois cachorros bons, fomos para a mata e os cachorros começaram a latir e o bicho urrou dentro do capim nas proximidades da mata, quando percebemos era uma raposa. Corremos atrás dessa raposa de 2 horas até sete da noite e não conseguimos pegar a danada da raposa.

Um dia em uma roça colocada nas proximidades dessa área, tinha um pau fava que só tinha um metro onde saia uma forquilha de galhas grossa. Eles botaram fogo no roçado e esse pau caiu ficando as galhas para baixo. Após a queimada as raposas vêm comer as lesmas e outros bichos que foram mortos pelo folgo. Queimou o roçado e Brás um rapaz novo, pegou uma espingarda de cartucho boa e nova, e começou a andar pelo mato. Quando chegou nas proximidades do pau de fava, o bicho urrou e deu um gemido tenebroso. Ele se assustou, chegando a sentar no chão de susto, e quando se refez viu que era uma simples raposa que estava presa pelo pescoço na galhada do pau de fava.  Essa raposa assustou muita gente nessa redondeza.

Outra raposa, que era companheira dessa, também, tem uma história. Eu fui com Nezinho Almeida, ver uma armadilha que um rapaz tinha botado em uma roça de mandioca. Quando chegamos lá escureceu dentro da roça de mandioca. Saímos tropeçado e o bicho urrou lá na nossa frente, quando olhei estava um bicho essa altura (aponta par a posição do umbigo). Nezinho disse: olhe lá uma onça. Falei vou atirar, Nezinho falou: você esta maluco. Mirrei e atirei, paaaaaaaaaaaaaaaaa..........., aí ela mudou o grito, e deu aquele som parecido com um cachorro. Aí falei foi um cachorro.  Recarregue a espingarda e fomos olhar. Andamos um pouco e para nossa surpresa era uma raposa.

Aqui tinha um bicho que urrava, que chamávamos do crocodilo não sei mais o que. Esse bicho andava nessas pontas de serra das Piabas esses cantos aí, até na Serra da Cebola em Itajaí. Ele urrava e de longe se ouvia o som. Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee.........eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee...., uuuuuuuuuuuuuuuuu...., uuuuuuuuuuuuu......., eeeeeeeeeeeeeeeee..., ai o povo quando via o urro atirava de milier, bommmmmmmmm, bommmmmm..., o bicho ficava com medo e se mandava. Um certo dia esse bicho entrou em um barraco de um cara aqui no Rudiador, tinha dois caras no Rudiador na fazenda que foi de Antônio Teles. Botaram um rancho e um dos companheiros quando faltou sal falou para o outro que iria em Poções para compra sal.   Ficou só no barraco. Quando foi a noite o bicho chegou, era um bicho esquisito, entrou dentro desse barraco e derrubou o barraco, o homem que estava no girou caiu e pegou um machado e tirou o pé fora, e plantou nas costas do tal bicho, entrando até o cabo. O bicho deu um urro esquisito e sai correndo com o malhado nas costas. E ele saio correndo para o outro lado. Nessa carreira acabou encontrado o companheiro que vinha de Poções. Falou com o companheiro: encontre um bicho que entrou no barraco e plantei o nosso machado nas costas e ele saio correndo. Retornaram para o barraco e avistaram um grande rasto de sangue no chão em direção a mata. Seguiram o rastro de sangue e na trilha tinha um pau caído. Quando o bicho passou debaixo do pau, o machado cai no chão. Onde foi do Sr. Dolfo Sampaio, tem uma Serra chamada de Serra do Bicho Morto.  Em cima da serra tinha um buração. Esse bicho morreu dentro desse buraco. O velho Vicente foi lá ver e ele conta que a caveira desse bicho não tinha caminhão para carregar. Se tivesse juntado essa caveira valeria uma nota.  Segundo o pessoal poderia ser uma preguiça gigante. Dizem que tinha preguiça de dois a três metros. Botaram fogo na caveira e queimaram tudo. Dizem que a sapata do pé desse bicho dava para uma pessoa sentar com um tamborete.

Mireis Vieira Andrade – Morreu um cara aí na serra chamado Mariano, passou dias passou dias e Mizael chega em casa, e diz que aparecendo uma visagem dentro de casa. Acorda todo mundo e o pau quebrou, levanta e o pau quebra, Mizael com o facão na mão, procurando a visagem dentro de casa. Lozinha, a sua mulher, gritou, Mariano, Mariano aqui nas minhas costas e Mizael dizia larga minha mulher Mariano, larga minha mulher Mariano, quando foi ver era um rato que estava subido na camisola de sua mulher, Lozinha, chegando até seu pescoço. Mariano, também, que dizer subindo em alguma coisa.

Mires – Os meninos botaram o cachorro para pegar um gato e Vieira (Josué Andrade Vieira) estava em um picum de serra danada, vendo aquela arte de seus filhos, gritou: Esdras tira o cachorro do gato da mulher, tira o cachorro do gato da mulherrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr.

Nessa entrevista Josué Andrade Vieira contar vários casos que ocorreram na região da Sapucaia, município de Poços distrito de Nova Canaã a partir de 1910, aproveitando de sua veia artística, dando um realismo muito interessante a esses acontecimentos. Acontecimentos presenciados pelo entrevistado ou contados pelos amigos e parentes que participaram dessa saga; que foi a Colonização da Bacia Hidrográfica do Rio Gongogi - AS CONFUSÕES NA TRANSFERÊNCIA DO DISTRITO DE ÁGUA FRIA A NOVA CANAÃ - MUNICÍPIO DE POÇOS - BA

EDIÇÃO - Fernando Matos
MONTAGEM - CURA FILMES – 2016



A VISAGEM DA CASA DE FARINHA, FAZENDA SAPUCAIA, NOVA CANAÃ, BAHIA - JOSUÉ ANDRADE VIEIRA

O PASSARINHO CABEROTO DO PARÁ - JOSUÉ ANDRADE VIEIRA

O MORCEGO ASSOMBRADO, FAZENDA SAPUCAIA – NOVA CANAÃ (BA) - JOSUÉ ANDRADE VIEIRA









A VISAGEM DO VELHO INOCÊNCIO  MATOS, FAZENDA SAPUCAIA – NOVA CANAÃ (BA) - JOSUÉ ANDRADE VIEIRA

A SOMBRA NA ESTRADA, FAZENDA SAPUCAIA – NOVA CANAÃ (BA) - JOSUÉ ANDRADE VIEIRA